Nunca experimentara semelhante cousa, nunca homem algum ou mulher produzira-lhe tão esquisita impressão, desde que se conhecia! Entretanto, o certo é que o pequeno, uma criança de quinze anos, abalara toda a sua alma, dominando-a, escravizando-a logo, naquele mesmo instante, como a força magnética de um imã.
Este livro tem por objetivo analisar a questão da afetividade no romance Bom-crioulo de Adolfo Caminha, por meio de uma leitura crítica a partir de questões de gênero e sexualidade propostas por Michel Foucault e Judith Butler, especialmente pelo viés da queer theory. Trazemos à baila pensadores como Wolfgang Iser, Hans Robert Jauss, Sigmund Freud, Hannah Arendt e Friedrich Nietzsche para estabelecer um diálogo profícuo entre a obra de Adolfo Caminha e a relação historiográfica em torno do tema da homoafetividade.
Essa relação historiográfica aparece refletida na narrativa com as personagens Amaro e Aleixo. Amaro, com trinta e três anos, apelidado de Bom-Crioulo, é um ex-escravo negro fugido que se apaixona pelo “belo grumete de olhos azuis Aleixo”, que tem quinze anos. Nosso intuito é compreender como o romance Bom-crioulo, lançado em 1895, ainda é extremamente transgressivo ao tratar das questões de sexo e gênero.
A importância desse trabalho dá-se, também, pelo fato de que não encontramos na fortuna crítica do romance um estudo que aborde a homoafetividade presente na narrativa sob a ótica de Michel Foucault e Judith Butler de forma específica. Desejamos uma ótima leitura!
Informações técnicas:
Autor: Cristian Abreu de Quevedo
Gênero: Acadêmico
Editora: IS Editora; 1ª edição (17 outubro 2022)
Idioma: Português
Capa comum: 135 páginas
ISBN: 9786599899508
Dimensões: 16x0.8x23 cm